Meus meninos cresceram.
Falo com essa “intimidade” sobre o
Paramore por eles serem talvez a banda com quem eu me sinto mais próximo, apesar de nunca ter tido a possibilidade de conhecê-los. Acompanho a carreira deles desde os primórdios, lá no começo de 2006, logo após o lançamento do primeiro CD,
All We Know. Eles ainda não eram uma banda de sucesso, algo que, aliás, nunca imaginei que seriam. Não por duvidar do talento deles, é lógico, mas sim porque a indústria da música é imprevisível e a grande maioria de bandas que conheci naquela época, poucas conseguiram conquistar o patamar que o Paramore alcançou.
Divulgação
Então, poder assistir eles ao vivo aqui no Brasil pela segunda vez, após três discos de estúdio lançados, estourados em todo mundo, ganhadores de inúmeros prêmios e indicados ao maior deles – o
Grammy –, é, no mínimo, um orgulho enorme. Por isso, fui ao
Rio de Janeiro neste último fim de semana só para conferir o show e perceber o quanto esses mais de seis anos de carreira deram maturidade ao recém-trio.
E por falar nisso, é melhor já até esclarecer de vez. Alguns fãs podem não gostar ou concordar, mas, vamos ser sinceros,
Josh e
Zac não fizeram tanta falta assim na apresentação. Por já ter assistido a outro show deles antes, posso falar com propriedade que
Jeremy e
Taylor sempre foram muito mais animados no palco do que Josh. E eles continuam assim, com uma ressalva. A mesma com a qual eu começo esse texto: eles cresceram.
É impossível não notar a qualidade da banda no palco. Se na primeira vinda ao Brasil, em 2008, o Paramore me impressionou pela energia, desta vez eu percebi o quão mais maduros eles estão, e como isso refletiu na apresentação.
Hayley foi muito mais simpática, interagiu com o público o tempo inteiro. Inclusive no fim, quando trouxe ao palco duas fãs – uma para cantar o final de
"Misery Business" e outra para tocar guitarra no lugar de Taylor. Nunca os versos “just watch my wildest dreams come true” fizeram tanto sentido. Foi, de certa forma, emocionante ver aquelas duas fãs realizando um sonho.
Bruno Baketa/Divulgação
Com relação ao setlist, a reclamação maior é dele ter sido curto. Uma hora e meia de show, é muito pouco. Principalmente por eles serem superjovens. Olha o
Mick Jagger e o
Paul McCartney aí, que já no alto dos seus 60 e tantos anos fazem apresentações de mais de duas horas. Nesse sentido, o Paramore podia se esforçar mais.
Mas os maiores hits estiveram presentes. Após abrir com
"Ignorance", seguida de
"Feeling Sorry", a banda veio com
"That's What You Get", uma das canções mais famosas por aqui, que foi cantada em uníssono pela plateia. No meio do show, os músicos sentaram no palco e fizeram uma sessão acústica muito bacana, iniciada com a inédita
"In the Mourning".
"When It Rains", "Where the Lines Overlap" e "Misguided Ghost" também ganharam versões desplugadas muito bacanas.
Como sempre, é claro que algumas músicas fizeram falta:
"Born For This", "My Heart", "Let the Flames Begin" e
"Turn it Off" (minha favorita entre todas deles), só para citar algumas. Mas tudo bem, show é assim mesmo. O negócio agora é esperar pelo próximo e torcer para que eles incluam essas de volta no setlist.
Bruno Baketa/Divulgação
Hayley até fez uma palhinha do próximo possível hit, "In The Mourning".
*Setlist:
"Ignorance"
"Feeling Sorry"
"That’s What You Get"
"For A Pessimist, I’m Pretty Optimistic"
"Emergency"
"Playing God"
"Careful"
"Decode"
"In The Mourning"
"When It Rains"
"Where The Lines Overlap"
"Misguided Ghosts"
"Crushcrushcrush"
"Pressure"
"Looking Up"
"The Only Exception"
"Brick By Boring Brick"
"Misery Business"